Setembro de 2023 entrou para os registos climáticos como o mês mais quente de que se tem conhecimento, revelou o observatório europeu Copernicus. Com uma temperatura média global de 16,38 graus Celsius à superfície, este mês estabeleceu uma “anomalia sem precedentes,” superando o recorde anterior de setembro de 2020 por uma notável margem de 0,5 graus Celsius.

De acordo com o relatório mensal do Copernicus, este marco não só bateu o recorde anterior, mas também continua uma série de recordes mensais globais que teve início em junho. Setembro de 2023 foi 1,75 graus Celsius mais quente do que a média de setembro entre 1850-1900, antes dos efeitos mensuráveis das emissões de gases com efeito de estufa sobre o clima.

A temperatura média global desde janeiro deste ano é a mais alta já medida nos primeiros nove meses de um ano, com um aumento de 1,4 graus Celsius em comparação com as décadas de 1850-1900. Este valor aproxima-se perigosamente do limite mais ambicioso estabelecido no acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius em vários anos.

Samantha Burgess, diretora adjunta do serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus, expressou preocupação, afirmando que este “mês extremo” de setembro impulsionou 2023 para o caminho de se tornar o ano mais quente. As temperaturas médias projetadas ultrapassam em cerca de 1,4 graus Celsius as registadas na era pré-industrial.

Além disso, enquanto o mundo enfrenta essas condições climáticas sem precedentes, nove distritos de Portugal continental estão sob aviso amarelo devido ao calor. Entre os distritos afetados estão o Porto, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga. Este aviso, emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), destaca a persistência de valores elevados da temperatura máxima, especialmente no interior do país.

O aviso amarelo, classificado como o menos grave numa escala de três, indica risco para atividades dependentes das condições meteorológicas. Em vigor das 9:00 de sexta-feira até às 18:00 de sábado, reflete a preocupação com as condições climáticas extremas que continuam a afetar não apenas Portugal, mas também todo o globo.